Sobre envelhecer
- circulareslivros
- 12 de ago. de 2021
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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), idoso é todo indivíduo com 60 anos ou mais. O Brasil tem mais de 28 milhões de pessoas nessa faixa etária, número que representa 13% da população do país. E esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas, segundo a Projeção da População, divulgada em 2018 pelo IBGE.
Esse envelhecimento da população ocorre principalmente pela diminuição do número de nascimentos e pelo aumento da expectativa de vida. Segundo as Tábuas Completas de Mortalidade, do IBGE, quem nasceu no Brasil em 2017 pode chegar, em média, a 76 anos de vida. Na projeção, quem nascer em 2060 poderá chegar a 81 anos. Desde 1940, a expectativa aumentou 30,5 anos.
Viver muito, nem sempre significa viver bem. De acordo com a Política Nacional de Saúde (2019), 17,3% dos idosos apresentavam limitações funcionais para realizar as Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD), que são tarefas como fazer compras, administrar as finanças, tomar remédios, utilizar meios de transporte, usar o telefone e realizar trabalhos domésticos. E essa proporção aumenta para 39,2% entre os de 75 anos ou mais.
Para que os idosos de hoje e do futuro tenham qualidade de vida, é preciso garantir direitos em questões como saúde, trabalho, assistência social, educação, cultura, esporte, habitação e meios de transportes. No Brasil, esses direitos são regulamentados pela Política Nacional do Idoso, bem como o Estatuto do Idoso, sancionados em 1994 e em 2003, respectivamente. Ambos os documentos devem servir de balizamento para políticas públicas e iniciativas que promovam uma verdadeira boa idade.
Enquanto não há melhora nas políticas públicas, podemos enganar nosso cérebro. Pessoas que pensam ter menos anos do que consta na certidão de nascimento têm um cérebro que envelhece mais lentamente. O sentimento do quanto nos sentimos jovens ou velhos é também chamado de idade subjetiva e está associado a vários marcadores de saúde, como desempenho cognitivo. Idosos com queixas de memória simples, por exemplo, têm mais chances de, no futuro, apresentar um quadro demencial. É como se fosse uma percepção subjetiva daquilo que os médicos e exames não conseguem ainda mostrar naquele momento. Em contrapartida, a experiência subjetiva de se sentir mais velho do que realmente é pode acelerar o processo de envelhecimento cerebral com redução do volume da substância cinzenta.
(Ricardo Teixeira circulou suas ideias aqui)
O que é gerontologia? A gerontofobia se define pela rejeição ao próprio envelhecimento e a todos que estão passando por este processo. Não é uma fobia listada na CID-10 (Classificação Internacional das Doenças), mas os consultórios de psicólogos e médicos estão cheios de casos. A mudança da aparência, o contato com a finitude, o medo de doenças e de limitações físicas, são alguns dos fantasmas que levam a esse distúrbio.
O envelhecimento é tratado em diversos livros que a @Circulares tem disponível. As abordagens são as mais diversas. Fim, de Fernanda Torres O Homem Comum, de Philip Roth A Humilhação, de Philip Roth Essa Gente, de Chico Buarque A Visita Cruel do Tempo, de Jennifer Egan
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